10/04/2008

Detestáveis #1

Odeio máquinas de snacks. Não sei se mais alguém está comigo nesta luta, mas de certeza que não sou a única a ter uma certa antipatia por esses monstrinhos.

Podem ser muito práticas e convenientes, eu própria vejo-me obrigada a ser fraca e a ceder à tentação, mas há alguns aspectos logísticos que podiam ser consideravelmente trabalhados.

a) Por que razão insistem em pôr as bolachas na primeira prateleira lá do alto? É que aquelas que foram concebidas para serem estaladiças, quebrarem ao trincar, e que um dia foram perfeitinhas e inteiras, após a vertiginosa queda de 12 prateleiras que se segue ao código e à rosca giratória, é melhor destrocar a nota e marcar o código do pacotinho de leite, que nos destroços em que ficaram, mais vale sacar duma malga e comê-las como cereais.

b) Eu compreendo que zelem pelas qualidades nutricionais da comida e pela preservação de todas as suas propriedades tornando aquela torre numa arca frigorífica do Norte da Europa . Mas já por algumas vezes que os minutos que poupei na fila do bar foram gastos a tentar arranjar uma forma humanamente possível de trincar ou pelo menos dividir em pequenas porções o salame de chocolate. É que mais facilmente o ponho num olho para curar uma mazela que o como.

c) Eu também consigo perceber que não queiram ser roubados, e que este mundo está cheio de safadagem, mas eu tenho sérias dúvidas sobre se a pala para recolher a comida é de facto uma pala ou uma guilhotina. Aquele dispositivo de segurança com uma mola de suspensão é de tal forma potente que se tornasse aquele tipo de alimentação um hábito, provavelmente criaria um hematoma crónico na zona do antebraço, e daqui a alguns anos, possivelmente, seria amputado por circulação deficiente e consequente definhamento da mão e dos dedos. Qualquer dia em vez do Bolicao, surpreendo-me com uma mão gélida e humana, deixada lá por acaso. Ás vezes chego mesmo a entrar em pânico quando, com a ganância de alimento, fico com a mão entalada e não a consigo de lá tirar sem pelo menos ter de girar a mão repetidamente até encontrar o ângulo correcto. Eu acho isto bastante perigoso, porque se me apanham num desses dias gananciosos e eu tenho o azar de não atinar com a coisa, e bem provável que me encontrem morta passado alguns dias, ressequida e ainda a salivar.

Acho que da próxima vez vou ao bar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sempre essa forma de descrever as coisas de uma maneira ilariante!!!!
Ri até não poder... Continuas o máximo!!!