07/10/2006

O que queres ser quando fores grande?

O que é que gostavas de ser quando fores grande?
Aviador e tu?
Não sei.

Engraçado como os putos, pirralhos de palmo e meio, às vezes conseguem ser mais decididos e mais seguros de si mesmos do que nós, projectos de adultos, formados em matemáticas, letras e tretas.

Engraçado como os putos, sem saberem nada, sabem sem querer o que são e o que gostam, o que querem e o que não querem, ter 2 namoradas com o consentimento de ambas, isto é de mestre! Já nós, pseudo-sábios com uma experiência de vida imensa, que nem um Dalai Lama ocidental, andamos à espera da ajuda do público para escolher o que está atrás da porta 1, 2 ou 3, porque não conseguimos decidir por nós próprios. E depois, volta e meia a plateia manda uma ao poste, e lá nos sai um vale no valor de 200€ em gomas e sortidos na Doçaria Santos & Santos. Aposto que os putos, acertavam à primeira e iam todos felizes para casa com os seus sonhos muito mais modestos do que os nossos.

Engraçado também, como para os putos, tudo se resume a uma simplicidade única e naturalmente óbvia, e não precisam de grandes filosofias para viverem o dia a dia com um sorriso na cara. Quais teorias da relatividade, quais conotações e sentidos dúbios. Para eles um sim é um sim, um não é um não. Para eles um não, não é um está-na-eminência-entre-um-sim-e-um-não-mas-em-caso-de-dúvida-negue-sempre.

Basicamente, os putos têm muito mais graça que nós. Graça e atitude, e arrisco-me a afirmar que essas duas razões estão praticamente em proporcionalidade inversa com a idade… quanto mais velhos, menos engraçados e mais parvos. Lindo… acho que só voltamos a recuperar quando ficamos idosos, sábios e experientes e inválidos, e quando a vida já passou por nós e nos deitou a língua de fora! Lanço-vos um desafio: tentem responder na mesma moeda nessa altura sem escorrer um fio de baba e sem ter problemas técnicos relativos à prótese dentária! Está a valer uma embalagem de Viagra!

À medida que crescemos vamos ficando mais pequenos… Paradoxal e controverso, dito assim de uma só vez até corro o risco de chocar os idealistas mais conservadores e os pais de família. Peço desculpa a pouca sensibilidade e este meu jeito salpicadamente rude, mas o meu lado de criança de temps en temps manifesta-se e digo coisas assim sem lógica alguma e completamente descabidas aos olhares maduros e adultos de quem tem medo da opinião alheia, como a minha irmã do papão. Eu digo que ficamos mais pequenos, porque a nossa essência cai na tentação de se aprisionar, não vá ela pisar a linha do socialmente aceitável, e que ninguém ouse importunar sua malvadeza!

Mas não me julguem uma marginal e deslocada, idealista e revoltada que critica o modelo social actual. É a realidade actual, a ervilha em que vivemos. Regemo-nos pelas referências que a sociedade nos dá, crescemos nos meios em que sociedade nos acolhe, aprendemos a ser aquilo que a sociedade é. É um instinto animal de assimilação. Eu por exemplo nunca vi elefantes pendurados em árvores nem koalas tocarem o sino. Uns mais que outros absorvemos os padrões e adaptamo-nos. Não que isso seja totalmente mau, mas cabe-nos a nós interpretar e filtrar segundo a nossa maneira de ser aquilo que recebemos dos outros, e decidir o que ser ou não, mas sem que isso vá contra os nossos princípios básicos. Temos de ser um bocadinho aquilo que somos, a massa do nosso bolo mármore, e não o que gostaríamos que os outros vissem em nós. Eu por exemplo adorava ser vegetariana. O problema é que eu odeio vegetais…

2 comentários:

Anónimo disse...

GOSTEI IMENSO DA TUA MATURIDADE K MUITAS PESSOAS MAIS VELHAS QUE TU NÃO TEEM É UMA PENA K NÃO PENSEM K TAMBEM VÃO SER IDOSAS E QUEIRÃO K TODOS SEJAMOS IGUAIS!!!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

ja tinha saudades de ler um assim!
qdo eramos putos era tudo tao mais simples n era? decididos, pelo menos! agr parece q cada decisao é precedida de um sei-o-q-quero-mas-sei-q-se-quiser-isto-pode-dar-a-entender-q-nao-quero-a-outra-coisa. enfim. siga lá ao chill'o'phonic? * ahaha