13/07/2006

Chapadão de Luva Branca

Ontem à noite já contava os minutos, os segundos e os suspiros que faltavam para "O Dia", hoje, 13 de Julho, data em que saíam os resultados dos exames da primeira fase. Dia Histórico e mediático no universo estudantil desde que existem exames, responsável por histerias, demonstrações de afecto e de alegria que excedem os parâmetros de comportamento socialmente aceitável, devastamento dos stocks de bebidas alcoólicas dos bares da 24 de Julho e do Bairro Alto, depressões e suicídios para os menos afortunados, que neste país cada vez são mais...mas isso já é outra história, que não quero caír na tentação de chamar nomes ofensivos à Sra. Dra. Ministra da Educação.
Escusado será dizer que nesta noite o meu sono não foi sono nenhum, foi mais um reboliço constante de inquetação, ou uma luta greco-romana com os lençóis a qual perco sempre, para minha frustração. É que perder nas meias-finais com a França é absolutamente superável, ou mesmo perder apostas com a minha irmã de 8 anos, pronto, ainda vá! Agora ser derrotado pelos nossos próprios lençóis é um golpe baixo... muito baixo mesmo. Adiante.
Depois deste suspense nocturno todo, e passado praí uma hora de finalmente ter conseguido dormir alguma coisa, toca o despertador anunciando ao som de Skin (é sempre bom acordar depois de uma hora de sono bem forçada ao som dos berros agoniantes de quem está a parir 3 filhos de uma só vez da ex-vocalista dos Skunk Anansie) que tinha chegado O Dia... The Day... The Shit.
Após a rotina diária matinal, saio eu de casa com umas olheiras quase tão notórias como a maquilhagem dos Green Day, a pensar na possibilidade, nada remota, dos meus resultados nao corresponderem às expectativas ambiciosas dos meus pais. Eram talvez os poucos a acreditar que eu de facto fosse tirar boas notas. Acho que eu própria acreditava mais em ver o Ratzinger ser honesto, a Dolly Parton ao natural, ou o Howard Stern num seminário para aspirantes a pastores do Reino de Deus, do que ver um número maior que 6 à frente do meu nome na pauta dos resultados do exame de Matemática.
Já os professores, esses Judas do ensino, e algumas pessoas que não vou dizer o nome, mas que posso adientar que são da mesma àrvore genealógica e que me oferecem meias no Natal, e perfumes da Ralph Lauren a outros supostamente iguais a mim na hierarquia familiar, penso conseguiam mesmo acreditar mais em ver o Tozé Martinho fazer novelas com títulos originais do que em mim.
Pois bem, cheguei lá, olhei, assimilei, interpretei e ri. Ri deasalmadamente e irónicamente como se não houvesse amanhã. Para espanto meu, incredibilidade alheia, impossibilidade teórica e ironia do destino ou do corrector de exames, saquei uma positiva choruda a Morte.mática e umas notas jeitosas nas outras disciplinas. Acho até que ri um bocadinho mais por imaginar a cara de peidinho dos que não acreditaram em mim quando virem que se calhar o Tozé Martinho é mesmo um senhor muito criativo, do que pela nota em si. Não passa de um valor, o esforço, o empenho ou mesmo as pessoas nem sempre se medem em escalas.


Isto é aquilo a que eu chamo um chapadão de luva branca!


p.s. A peppermint gum balloon # pocking! # in your face

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu smp gostei de ser a ovelha negra, tu nao?! dá um gostinho especial as coisas! principalmente nas alturas "up yours!!!"
Tu mereces* akele beijo**

Anónimo disse...

primeiro que tudo: eu acreditava mais em ti do que no toze martinho, sem duvida (apesar de m fartar de o ver nos ecras televisivos!) + uma daquelas.. c 1 gostinho especial, especial, especial. aquele toquezinho de ironia, aquele quelque chose que só tu sabes tao bem. hmm :) *