27/07/2007

Glossário de Algibeira

Estrelas-cadentes: Beatas que Deus manda para o ar quando não tem um cinzeiro à mão.

Corolário nº1: Deus Fuma.
Corolário nº2: Deus vai ter morte lenta e dolorosa.




2-0*

24/07/2007

Vox Pop

O povo português não pára de me surpreender. Até lacrimejo!

Hoje, ia eu de bem com a vida a entrar numa loja de sapatos ali para os lados da Charneca, quando presenceio um momento de glória popular:

Cliente (senhora de aparência rural a avaliar pelas unhas maltratadas, pornúncia singular, odor intenso e bigode farto) :
- Olhe ó menina eu queria um par de sapatos, saixabore.

Empregada: Muito bem. Então e para que é que procura os sapatos, exactamente?

Cliente: Olhe eram assim para andar!


...


(pausa de reflexão)

Ora desta é que eu não estava a espera! Sapatos para andar? E eu que sempre julguei que fossem para usar como brincos ou para guardar as moedas pretas ao fim do dia. Ou para suportar velas ou pousar a colher de pau!

Agora para andar?!
Francamente. Ele há com cada uma...

23/07/2007

4º Mistério - O d'A Praia

Julho, Verão, férias (para os mais afortunados), sol em quantidade, roupa em raridade, bronze em prioridade, e numa regra de três simples, assim como todos os caminhos estão para Roma, todos os dias estão para a praia.

E durante as muitas sessões de solário natural às quais me entrego de alma e coração sob juramento de fidelidade, qual réptil de sangue frio, tenho de entreter o raciocínio com alguma coisa para me assegurar de que ele não derrete ou me sai pelos poros na forma de vapor. Mas nem preciso de me esforçar muito, geralmente o caricato vem me parar as mãos por mero acaso, não sei bem porquê.

Em primeiro lugar, gostaria de prestar tributo a todas as famílias numerosas, com um mínimo de duas cabeças de novilho bem sonantes, que calorosa e afávelmente, num raio de 500 metros de areia branca e livre, se vêm juntar de trouxa e bagagem, esteira e tupperware, ao pedacinho de tranquilidade por nós escolhido a dedo. Eu que seleciono sempre aquele lugarzinho ao sol, com um máximo de 10 cabeças por hectare, não demasiado longe da água para não queimar os pés, nem demasiado perto para não jogar o meu mp3 corrente fora quando a maré se vem, com poucos pauzinhos e urtigas para não picar e com vista sobre o nadador salvador e os seus tostadinhos peitorais. Mas para quebrar todo este cenário paradisiaco, há sempre uns inquilinos mal-vindos e mal-cheirosos, com crianças nuas e pataniscas de bacalhau num tupperware, que os malcriadões nem oferecem como cortesia de vizinhos com que os filmes americanos nos mimaram. Às vezes ainda têm o mau-carácter de se irem banhar em conjunto e pedir para dar um olhinho nas coisas. Já por muitas vezes me passaram pela cabeça pensamentos diabólicos como escrever mensagens hostis e em hebraico no quebra-vento e vandalizar as cadeiras de lona, para que saibam que não são benvindos naquela terra. E de caminho roubar uma patanisca.

Outra curiosidade que me intriga bastante, é que na praia toda a conversa se ouve. Aliás, desconfio que é nas praias que nascem os boatos e as más línguas!

Sem esquecer a mediática obra do destino que nos presegue a todos e às nossas toalhas, que no compasso de tempo entre estender o trapo e embrulhar o traseiro nele, lança sempre uma quantidade simbólica de grãozinhos de areia para decorar o estaminé.

Um momento.

Bem, adorava continuar aqui à conversa porque esta é sem dúvida uma temática com pano para mangas, mas vem aí um meteoro e o mundo precisa de mim que já o oiço chamar! Até mais!

To Be Continued....