Caros leitores dedicados, assiduos e incondicinais, desculpem lá. Se faz favor.
Eu sei que nestes ultimos meses fiquei em falta para convosco, e que este blog caiu na merda, MAS
foi sem querer.
Já me puni bastante por castigo auto-proposto, e como tal espero a vossa compreensão e esqueçamos este pequeno espisódio, shall we?
Assim sendo volto em breve com novas drageias literárias de hortelã.pimenta para meu alívio e vosso lazer!
Beijinho, sim?
22/02/2007
16/02/2007
Moribundamente Sociais
Ser, parecer
Entre o desejo de ser
e o receio de parecer
o tormento da hora cindida
Na desordem do sangue
a aventura de sermos nós
restitui-nos ao ser
que fazemos de conta que somos
A vida (ensinaram-me assim)
deve ser bebida
quando os lábios estiverem já mortos
Educadamente mortos
Mia Couto
________
Moribundamente sociais.
O ser humano desde que o é tem como necessidade a socialização. Desde os tempos mais primordiais, que o Homem se organiza em sociedades e comunidades, tal como a maioria dos animais o faz. O convívio com os seus similares transmite segurança, conforto e certezas. Certezas essas que são os alicerces da nossa construção pessoal e da construção do nosso próprio percurso. Na oposição, a solidão e a exclusão deixam-nos desamparados, perdidos e pouco confiantes.
Assim sendo, é-nos intrínsecamente natural procurarmos a aceitação dos outros para que também nos considerem na legitimidade de aceitar quem nos rodeia. De outra forma, a nossa opinião pouco interessava. Temos a necessidade de sermos ouvidos e identificados. É uma espécie de negócio implícito que fechamos todos os dias com todas as pessoas com quem nos relacionamos.
Para nos facilitar a vida, muitas vezes usamos as cábulas que a sociedade nos vai dando, moldamo-nos aos padrões que temos a certeza que pelo menos a maioria gosta. É tudo uma questão estatística. As nossas probabilidades de sermos aceites aumentam quando respeitamos a doutrina social que nos é pregada inconscientemente a cada dia que passa.
E assim, deixamos muitas vezes a nossa essência em stand by recorrendo ao modo standard no quotidiano.
É esta qualidade de actores que vestimos todos os dias. Acabamos por projectar algo entre o que somos e o que queremos mostrar aos espectadores.
Fazemos a nossa interpretação dos papeis escritos pela sociedade, cada qual ao seu jeito.
Já o dizia o Mia: “A vida (ensinaram-me assim) (...)” . Aquilo que sabemos e tomamos como verdades resulta do que nos ditam os que nos rodeiam.
Ora não será de estranhar então que aprendamos a ser aquilo que vemos serem os nossos ditadores.
(Esperando piamente que te tenha servido de qualquer coisa D.D. =D )
Entre o desejo de ser
e o receio de parecer
o tormento da hora cindida
Na desordem do sangue
a aventura de sermos nós
restitui-nos ao ser
que fazemos de conta que somos
A vida (ensinaram-me assim)
deve ser bebida
quando os lábios estiverem já mortos
Educadamente mortos
Mia Couto
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Moribundamente sociais.
O ser humano desde que o é tem como necessidade a socialização. Desde os tempos mais primordiais, que o Homem se organiza em sociedades e comunidades, tal como a maioria dos animais o faz. O convívio com os seus similares transmite segurança, conforto e certezas. Certezas essas que são os alicerces da nossa construção pessoal e da construção do nosso próprio percurso. Na oposição, a solidão e a exclusão deixam-nos desamparados, perdidos e pouco confiantes.
Assim sendo, é-nos intrínsecamente natural procurarmos a aceitação dos outros para que também nos considerem na legitimidade de aceitar quem nos rodeia. De outra forma, a nossa opinião pouco interessava. Temos a necessidade de sermos ouvidos e identificados. É uma espécie de negócio implícito que fechamos todos os dias com todas as pessoas com quem nos relacionamos.
Para nos facilitar a vida, muitas vezes usamos as cábulas que a sociedade nos vai dando, moldamo-nos aos padrões que temos a certeza que pelo menos a maioria gosta. É tudo uma questão estatística. As nossas probabilidades de sermos aceites aumentam quando respeitamos a doutrina social que nos é pregada inconscientemente a cada dia que passa.
E assim, deixamos muitas vezes a nossa essência em stand by recorrendo ao modo standard no quotidiano.
É esta qualidade de actores que vestimos todos os dias. Acabamos por projectar algo entre o que somos e o que queremos mostrar aos espectadores.
Fazemos a nossa interpretação dos papeis escritos pela sociedade, cada qual ao seu jeito.
Já o dizia o Mia: “A vida (ensinaram-me assim) (...)” . Aquilo que sabemos e tomamos como verdades resulta do que nos ditam os que nos rodeiam.
Ora não será de estranhar então que aprendamos a ser aquilo que vemos serem os nossos ditadores.
(Esperando piamente que te tenha servido de qualquer coisa D.D. =D )
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