Um olho à belenenses fica sempre bem! Dá aquele ar invejável de irreverente aventureiro que desafia punhos e cotovelos temíveis com uma bravura de bradar aos céus! Isto é o que deve vincar na cabeça das gentes de hoje em dia, que por compaixão ou benevolência desancam à batatada por um alfinete de dama, não vá o próximo ter problemas de auto-estima e integração social, e tal como as suas mentes geniais e engenhosas formulam, um olho à belenenses fica realmente bem!
Eu agradeço a preocupação, mas o negro-púrpura não condiz muito bem com a cor dos meus olhos…
Às vezes gostava de saber se eles têm algum critério de selecção para os felizes contemplados, ou se é simplesmente aleatório, abordando aqueles que estavam no sítio errado há hora errada! Penso que seja mais por aí, porque o que eles querem mesmo é ser clementes e zelar pelo estatuto de todas as massas! E o que melhor que a força bruta para demonstrar essa virilidade e supremacias inalcançáveis!
Se calhar até lhes devíamos prestar culto e homenagem, dar-lhes oferendas e comprar-lhes um lugar no céu, entoar rap’s celestiais e profetizar a sua doutrina violenta e agressiva! Oh joy! Tempo de alegria! Punhos cerrados em riste e levemos este mundo adiante!
Cada vez mais tenho a indigesta noção que a vida urbana tende de novo para o Paleolítico à medida que o tempo passa. Cada vez mais há quem opte o caminho da força bruta e do medo para se destacar de alguma forma: “Não estudei, não tenho ética, não contribuo para o desenvolvimento do país, e moro numa casa clandestina, mas sei usar bem o punho, e como tal, mereço o respeito e admiração dos demais!”. Mas nem é preciso pintar um cenário tão marginal e degradante. Quantas e quantas famílias aparentemente felizes, limpas e bem cuidadas não são assombradas por um pai ou outro qualquer membro, que volta e meia quando o Benfica perde, descarrega as suas frustrações desportivas na mulher e filhos. Poderei estar a caricaturar demais, mas de facto, há quem se exalte por coisas tão ou mais insignificantes.
As normas cívicas e politicamente correctas vão lutando em vão por uma sociedade anarquicamente correcta, mas não passa de uma conduta de valores para inglês ver, porque por trás dessa película policromática e harmoniosa, permanece um submundo cinzento em que a lei do mais forte vinga, quase como uma cadeia alimentar, em que o Gangster, O Rei da Selva, acaba muitas vezes por sair ileso.
Qualquer dia temos fogos cerrados em manhãs de domingo, crianças que correm para um coito incerto, numa fuga incessante do próprio medo, golpes de estado, tiros no escuro e no claro, para onde quer que se queira, rasteiras políticas, quedas sociais, campos de batalha urbanos, armamento em saldos e excedentes de decadência, morgues com listas de espera, um lucro partilhado entre o paraíso e o inferno no balanço final do purgatório, e no meio de todas estas agressões quotidianas, fica por saber quem será que nunca vai dar um murro na mesa e dizer que chega.
28/11/2006
04/11/2006
Está cá um friooo...Bem!
E porque a minha actividade literária anda de baixa, e consequentemente esta Hortelã.Pimenta meio murcha, venho aqui atirar com um (des)bloqueador de conversa dos mais Clássicos que toda a história da comunicação humana alguma vez conheceu. O mito dos diálogos empenados de trazer por casa. O desentupidor de canalizações verbais. O policia sinaleiro dos congestionamentos nas vias de comunicação. A posta lubrificante deste Blog inerte e moribundo:
Entããão.... Hoje tá cá um briol, hã? Do camander!
... O Tempo! O comentário metereológico surge sempre no seguimento de uns breves segundos de silêncio constrangedor. É inevitável.
Ponho-me aqui a pensar sobre o assunto (sim porque eu penso muito no estado do tempo e em toda a sua essência), e dou voltas e voltas sem conseguir achar uma razão plausível que justifique esta tendência quase genética de comentar o tempo com alguém.
Deve ser porque a outra pessoa tem sensibilidade ocular e apatia térmica, e de facto não consegue chegar às mesmas conclusões geniais que nós. Ou entao deve ser porque dois metros ao lado os ventos vindos de Noroeste já não sopram da mesma maneira!
Não sei, mas sem dúvida alguma que deve ser para acrescentar algo de novo a conversa. Algo que a outra pessoa já não saiba...!
Já te disse que hoje esteve um tempo manhoso?
Entããão.... Hoje tá cá um briol, hã? Do camander!
... O Tempo! O comentário metereológico surge sempre no seguimento de uns breves segundos de silêncio constrangedor. É inevitável.
Ponho-me aqui a pensar sobre o assunto (sim porque eu penso muito no estado do tempo e em toda a sua essência), e dou voltas e voltas sem conseguir achar uma razão plausível que justifique esta tendência quase genética de comentar o tempo com alguém.
Deve ser porque a outra pessoa tem sensibilidade ocular e apatia térmica, e de facto não consegue chegar às mesmas conclusões geniais que nós. Ou entao deve ser porque dois metros ao lado os ventos vindos de Noroeste já não sopram da mesma maneira!
Não sei, mas sem dúvida alguma que deve ser para acrescentar algo de novo a conversa. Algo que a outra pessoa já não saiba...!
Já te disse que hoje esteve um tempo manhoso?
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