19/09/2006

Para voismecêzes, com carinho e chocolate quente!

Para além da minha almofada e dos meus sapatos, outra coisa da máxima importância para mim e sem a qual seria bem mais díficil viver, e que não me posso esquecer de referir são os amigos. Pode soar um bocado cliché, afinal toda a gente diz que não consegue viver sem eles, mas acho que a questão é que a necessidade de ter amigos é uma coisa quase genética, biológica ou assim. O Homem, tal como outros animais, precisa de se relacionar com os da mesma espécie.
Por isso, achei por bem dedicar algumas linhas a esses compinchas e camaradas com C's grandes, isto é, aos verdadeiros amigos!

Que poético =')

Vou reforçar:

Tu! Que te ris na minha cara.
Tu! Que me apontas o que mais ninguém repara.
Tu! Que ficas com coisas que são minhas.
Tu! Que me dás calduços e belinhas.
Tu! Que me dizes o que eu não quero ouvir.
Tu! Que já me deixaste cair.
Tu! Que me lançaste a corda para subir.
Tu! Que não me deixaste desistir.
Tu! Que me irritas todos os dias.
Tu! Que ás vezes até me agonias. ( ...!)
Tu! Que falas do que mais ninguém pensa.
Tu! Que entraste aqui sem pedir licença.
Tu! Que me roubaste uma parte de mim.
Sim, Tu! Quem é que te mandou ser assim?
Tu! Que extingues os meus dias tristes...
Epa... Tu... que existes.


And the Oscar for the worst Drama Poetry goes to...

10/09/2006

Postiços

Nota: Eu e uma amiga minha, Mary Jo, abordamos este assunto, e resolvemos escrever algo sobre ele. Infelizmente, as férias meteram-se pelo meio (que se metam no meio de muitas mais coisas, como aulas e afins tudo bem, mas quando se trata destes assuntos de importância à escala mundial quer se dizer... que falta de timming!) , e acabámos por não finalizar a tese em conjunto. No entanto, devido a situções caricatas e recentes que me aguçaram o apetite literário, desatei a escrever desenfreadamente. Peço desculpa à Mary Jo por ter escrito sem ela, mas de certo muitas mais oportunidades virão!

*Desculpa Mary Jo, posso oferecer-te um rebuçado? =D

Cá vai disto:

Postiço, adj.: que se pode pôr e tirar; acrescentado a uma obra já concluída; que não é natural; fingido; falso; artificial; s.m. pl. Acessórios para caracterização.


A sociedade que se orgulhe da sua clareza e simplicidade: metade dela consegue ser descrita em duas linhas! Juro que me vieram as lágrimas aos olhos!

Eles andam por toda a parte, completamente disfarçados (não fosse esse o intuito dos postiços – disfarçar o que não se quer mostrar), mas são mais do que nós imaginamos, e mais falsificados do que a nossa vista microscópica e as nossas más-línguas implacáveis consigam decifrar.

Batalhões de Barbies e Ken’s esteticamente apetecíveis e estaticamente apáticos. Tudo neles é postiço, inclusive a mentalidade, ou a ausência dela… tanto faz! Autênticos exércitos de caras bonitas desfilam nas passerelles metropolitanas para um público de operários, camionistas rebarbados, e pessoas apressadas que só olham para a calçada que têm em frente dos pés. Isto é que eu chamo estrelato, hum? Qual Moda Lisboa… as minhas ambições são mesmo os piropos de alta categoria dos homens das obras do Marquês de Pombal.

Um dia conheci uma rapariga, numa ocasião minimamente formal, que resplandecia de autenticidade. Chegou, e fez uma entrada triunfal e teatral, que nem uma diva de cinema na passadeira vermelha em Hollywood, merecedora de flash’s supersónicos e ataques de histeria dos fãs. Não sei é se ela sabia que estava a entrar num escritório em Lisboa, com chão de madeira flutuante e uma péssima luminosidade fotográfica.

Primeiro impacto conseguido. Passemos aos pormenores (de cima para baixo, se bem que um bocado irrelevante, às tantas já nem sei o que é baixo e o que é cima): cabelo cuja cor natural já está esbatida debaixo de tanta tinta amarela-tremoço shinning power, com umas raízes pretas incriminatórias e sobreviventes, lutando desesperadamente para respirar um bocado da sua tonalidade natural; base 3 tons acima do tom natural da pele, assim num café com leite e raspas de laranja, porque o excesso de aplicação da nisso – uma cor que mais parece um cruzamento entre um japonês e um índio de fazer justiça às histórias do Lucky Luke; mamas postiças, ou um postiço para as mamas, como uma Barbie que se preze deve ter, assim a roçar o estilo Pamela Anderson – quanto mais tenderem para o infinito, melhor! As mãos… nunca vi tamanha Dália! Aquelas unhas são autênticas garras! Umas armas brancas! Não devia ser permitido! O Osama com umas unhas daquelas dominava o mundo! Unhas de gel, de tal forma enormes que penso ser quase fisicamente impossível escrever com elas postas. Mas la piéce de resistence, residia na unha do anelar, que de facto, já não existia… deteriorada talvez por erros de cálculo a tocar à campainha ou a tirar um qualquer espinafre da cova do dente. Não sei, de facto as hipóteses são ínfimas, afinal de contas, com umas unhas daquelas é preciso ter umas noções de espaço muito bem definidas!

E tudo o resto tinha um ar extremamente artificial, já nada do que ela fazia ou dizia parecia realmente genuíno. Passado cerca de 15 minutos, a Miss Amazing Arrival perdera todo o seu encanto, e tudo se resumia a montes e montes de artefactos sintetizados por industrias estéticas milionárias que vendem caras e corpos a quem já os tem… Fantástico como o negócio tem sucesso, um oculista que tentasse fazer o mesmo a alguém que visse bem, estaria no desemprego por esta altura.

Vamos lá ver: eu não critico quem se sente mal com a sua imagem, e decide fazer algo para mudar isso, alterar a sua imagem como bem entender para que se sinta realmente confortável num todo. O que me entristece é ver que há muito (boa) gente que se esquece do resto. Esse “resto” que implica ideias, valores, cultura, personalidade, etc. etc. etc.
A sociedade de hoje em dia promove a imagem, promove as caras, promove as figuras, promove a visão. Mas esquece-se que para as pessoas cegas, conotativa ou denotativamente, isso pouco interessa.

A mentalidade dos media incentivam a igualdade, a padronização, o comum, o indiferente. O homem tem evoluindo (ou será regredindo) cada vez mais para artificialidade, parece que foge das origens e do natural como o diabo da cruz. Não falo só a nível de estética mas também ao nível de outras indústrias, como a alimentação, os Organismos Geneticamente Modificados, os implantes, as plantações, os controles genéticos desenfreados, os Fast Foods. E como bom Fast Food que se preze, é rápido de comer e de fácil digestão. E cada vez há mais Fast Foods andantes, comida e gente de plástico, prontas a comer e descartar. São apetecíveis de facto, e aguça-nos todos os sentidos… mas se provar o Double Cheeseburger do McDonalds do Chiado ou do McDonalds do Saldanha, sabem-me exactamente ao mesmo! Falta-lhes o quelque chose, a hortelã-pimenta, o agridoce, falta-lhes o caroço da ameixa! Porque se uma ameixa bonitinha e púrpura é bonitinha e púrpura, é porque tem um caroço, que não se come, mas que a faz crescer. LINDO!

Onde quero chegar é que cada vez mais as pessoas se preocupam apenas com o que os olhos vêem, mas esquecem-se que o que está cá dentro, o que está atrás dos olhos e não se vê, é realmente o mais importante e nos dá a nossa identidade, o nosso bem mais precioso. E assim se vê cada vez mais Barbies, mais Ken’s, ao estilo Sr. Batata, desmontáveis e permutáveis conforme as tendências da moda ditam, pessoas que mais parecem que vêm em fascículos, construídas e montadas a preceito, como os guias descrevem e as televisões difundem. Já me estou a imaginar às peças, todos os domingos por apenas mais 2,50€ no jornal Expresso. Adoro!

É a geração do Lego, com todos os details para uma boa construção, digna de guiness. Apetrechos e postiços fashion, penduricalhos e modelitos de ultimo grito! É um dia a dia teatral e fingido, representado por bonecas insufláveis com frases gravadas e repetidas pelo puxar de um cordel, e que como insuflável que é não tem mais que ar na cabeça! E ainda se consegue ver um ou outro, ambiciosos e arrojados, que mandam uma ao poste, dão um pequeno deslize e querem marcar a diferença, exagerando colossalmente nos postiços, acabando o feitiço por se virar contra o feiticeiro. Já imaginaram a Dolly Parton a correr a meia maratona? Ao quilómetro 3 já tinha partido todos os dentes do maxilar inferior, no mínimo.

Portanto esta é mais uma história bonita de gente bonita que viveu triste para sempre.

03/09/2006

Elixir da Beleza

Nao podia deixar passar este prego televisivo que tive o "prazer" de assistir enquanto fazia mais um habitual Zapping-FlashGordon na esperança vã de encontrar algum programa que fosse um bocadinho mais além do que mexericos adolescentes irreais e videoclips, que a geração MTV tanto gosta, com mulheres sem esqueleto que desafiam as leis da fisica e da anatomia, esfregando tudo e mais alguma coisa na cara de rappers com ar de reis só porque teem ali umas nadegas vibratórias.
Não sei se já tiveram oportunidade de ver o mais recente anúncio da Cidade FM em que as Pussycat Dolls estão ali expostas ao estilo peça-de-bovino-na-vitrine-do-talho, e dizem algo como: "Olá, we are the Pussycat Dolls, and you're looking really HOT , because you're listening to Cidade FM"....



ORA BEM... isto é o que eu chamo de uma frase lógica, até porque a minha vizinha que é feia todos os dias, coitada, ouve a Cidade FM e é completle and extraordinarily HOT...


Corporatión Dermostética e afins, preparem-se... Há concorrência pela certa